Poesia em The Age of Weepy Kaur - O poeta best-seller

A mídia social é um laboratório empolgante para o verso moderno. É o lar de poetas que fogem dos limites da poesia como a conhecemos. Meu primeiro contato com a poesia falada foi quando um amigo compartilhou um vídeo no YouTube de um artista visual de Portland apresentando uma peça chamada “Shake the Dust”. Isso me emocionou tanto que tentei replicar seu estilo em todos os anúncios de manifesto que escrevi depois disso. Não importava se o que eu vendia era um carro, fundos mútuos ou xampu seco.

Que seu estilo pudesse ser imitado a ponto de eu ter que me perguntar: "Espere ... eu também sou poeta?" Meu melhor amigo, que deu a todos os meus poemas do Facebook uma classificação de 0/10 porque eles não rimam, apenas uma esponja seca?

Então, me deparei com o universo de Weepy Kaur e percebi que com um coração partido, algumas palavras em inglês e uma fonte bonita, qualquer um pode ser poeta. É uma sensação libertadora, especialmente quando você é um poeta enrustido tentando deixar sua marca desde os cinco anos de idade, apenas para ouvir seu pai lhe dizer: “Aquilo que você escreveu sobre pombos no fio telefônico não é realmente um poema, mas você pode recitá-lo para o seu tio Tony de qualquer maneira”. Padrões – aquela medida nebulosa que está faltando na poesia moderna, alguns diriam.

É verdade que, se você, por algum motivo inexplicável, cresceu com uma dieta de Emily Dickinson e Dorothy Parker, é provável que encontre nas obras dos bardos do Instagram falta no departamento de qualidade poética. Afinal, o que geralmente torna um poema ótimo é sua capacidade de traduzir um sentimento comum de uma maneira que faz você querer destacar as frases, marcar as páginas e citar as palavras para seus filhos e netos até que eles desejem que você tenha Alzheimer.

O trabalho de Weepy Kaur não tem o mesmo efeito, dirão os esnobes da poesia. Pessoas legais na internet, por outro lado, dirão: “Por que não? Os poemas de Weepy Kaur são simples e honestos, e eles estão puxando muitas cordas do coração, a julgar pelas vendas de seus livros”.

Metade de mim quer que as pessoas legais estejam certas, simplesmente porque isso significaria que eu, com minha capacidade severamente limitada de pensar em pensamentos pungentes e fazer uma rima decente, poderia algum dia me tornar um poeta. A outra metade de mim pensa naquela vez em que participei de uma competição regional de canto quando tinha dez anos. Eu cantei a versão mais lenta de uma música agonizantemente lenta até que uma das juradas simplesmente perdeu a paciência e gritou 'Próximo!'. Uma garota mais ou menos do meu tamanho entrou na sala e a encheu com uma voz tão forte e comovente que de repente eu reconheci meu lugar na ordem das coisas. Naquele momento entre o juiz e a talentosa garota #24, percebi o quão medíocre eu era, e tive uma noção do terreno que precisava percorrer até mesmo para dividir o mesmo palco.

Não importa o que as pessoas legais online digam, as opiniões dos esnobes da poesia importam. Eles são o Juiz que grita 'Próximo!'. E ao fazer isso, eles ajudam a preservar os sagrados salões da literatura. Nem todo poeta merece um lugar nessas paredes. Isso seria como dar a cada criança que já desempenhou o papel principal em uma peça escolar uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.